Especialista fala sobre o diabetes durante Semana dedicada ao Combate à doença - Rede Gazeta de Comunicação

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Especialista fala sobre o diabetes durante Semana dedicada ao Combate à doença

JOYCE ALMEIDA

A diabetes é uma doença metabólica que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro. O Brasil ocupa a 6ª posição, sendo cerca de 12,3 milhões de pessoas que são diabéticas no país. Esse número representa um aumento de 26,61% em 10 anos, de acordo com o Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes. É previsto que até 2030, 643 milhões de pessoas adquiram a doença, e em 2045, esse total chegue em até 784 milhões.

O nutricionista e enfermeiro, Sandoval Miranda, fala mais detalhadamente sobre a doença. “Diabetes é uma doença caracterizada pela incapacidade total ou parcial da produção de insulina através do pâncreas, que é uma glândula do sistema digestivo responsável pela produção de insulina. Por sua vez, a insulina é um hormônio que captura a glicose, que são os açúcares circulantes na corrente sanguínea. Esse açúcar entra no sangue através dos alimentos que ingerimos, principalmente aqueles que possuem carboidratos, ou seja, com índice elevado de açúcar”, explica.

O especialista alerta que quando houver na família, um portador da diabetes, os demais podem ter uma a pré-disposição para a doença, principalmente se já obter hipertensão arterial, obesidade ou sedentarismo, os cuidados e a prevenção devem ser ainda maiores.

O corpo apresenta vários sinais que apontam a presença da diabetes no organismo. É muito importante observar quais os sintomas que aparecem. “Um dos principais sintomas é a sede excessiva a todo o momento, chamado de polidipsia. Isso se deve pela grande quantidade de açúcar circulando no sangue, e pela insulina produzida não está sendo suficiente para saturar esse açúcar. Em consequência, a pessoa começa a urinar demais, o que é chamado de polaciúria. Outro sinal importante é a visão turva, que ocorre devido ao acumulo de açúcares nos pequenos vasos sanguíneos dos olhos. Também é comum aparecer feridas no corpo com dificuldades de cicatrização, principalmente nos pés. Quando a pessoa tem potencial risco de estar desenvolvendo a diabetes, ela perde a sensibilidade nas extremidades, como nos pés, podendo ocorrer o agravamento das lesões. É fundamental observar também que, a pessoa que tem essa doença, quando cai uma gota de sua urina no chão é comum acumular formigas que procuram algum alimento doce”, esclarece o profissional.

Existem três tipos de diabetes, a tipo 1 é a que mais afeta os jovens. De acordo com o Sandoval, em alguns casos, a criança já pode nascer com o déficit ou a redução da produção de insulina. A do tipo 2 é caracterizada pela redução gradativa da produção de insulina no decorrer da vida, pode ocorrer mais em adultos, mas em jovens também. Na diabetes gestacional é muito importante que a mulher grávida, já solicite durante o pré-natal para verificar a taxa de glicemia e realizar o acompanhamento, principalmente se já houver a pré-disposição.

É possível descobrir a diabetes através de exames laboratoriais e o exame de glicemia capilar, que pode ser feito em farmácias, e gratuitamente em centros de saúde e postos de saúde familiar. “É importante que a pessoa esteja em jejum, e o ideal é que o resultado do exame dê até 100mg/dL de açúcar no sangue, e se tiver alimentado, o nível não pode passar de 150mg/dL. Caso o nível esteja muito elevado, deve ser procurado um clínico geral ou um endocrinologista para controle da situação”, orienta.

Segundo o nutricionista, é primordial prevenir a diabetes, e ela começa através de uma boa alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos. “Devem ser consumidos alimentos ricos em fibras, como as frutas e verduras, as quais possuem a frutose, que é o açúcar natural que não é prejudicial à saúde. Diferentemente da sacarose que é o açúcar cristal, que usamos para adoçar algum alimento, que deve, portanto, ser excluído da alimentação do diabético e substituído pela frutose. É essencial dar preferência para alimentos naturais, como vegetais, frutas, verduras, legumes. A atividade física também é essencial, sendo regulares e respeitando os limites do próprio corpo. É indicado começar com uma caminhada leve”, conclui. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)