CLAUDIA ROCHA
Psicóloga
Abordar a questão da alienação política como prática, principalmente na sociedade brasileira, é um assunto que assusta, principalmente na nossa atual realidade. Os envolvidos no período eleitoral estão tão preocupados com o processo que não fazem menção em relação aos graves problemas sociais, que flagelam a nossa nação. Estamos divididos em dois grupos com a ideias de política totalmente divergentes daquela idealizada pelos grandes pensadores da Grécia Antiga. Principalmente no caso brasileiro, onde esta é vista atrelada à corrupção, beneficiando apenas uma minoria, em seu individualismo, nepotismo,
falta de ética e de moral, sem compromisso com a sociedade e outros fatores que fazem com que as pessoas se afastem, gerando um círculo vicioso e a perpetuação do poder nas mãos da mesma minoria em detrimento de uma maioria marginalizada.
Analisando o contexto, é fácil perceber que estamos vivendo de aparências como se fosse a percepção exata. Estamos coletivamente iludidos, tomados por uma sensação que engana os sentidos ou a mente. Como seria possível sair deste engano?
Não se trata de uma tarefa fácil, já que a verdade está sendo servida pelos órgãos de imprensa nas mídias sociais. A extrema complexidade do real nos afasta das pautas que realmente nos importa. Estamos criando uma sociedade individualista, cada um pensando no seu próprio umbigo. Nas entrelinhas da política, a divisão dos discursos tece no imaginário do cidadão de um lado, o saber científico, o amor aos pobres e a felicidade como solução dos problemas criando a figura do “servidor” do povo. A dominância do discurso contrário pode ser visto em movimentos de massa contemporâneos, movidos por fundamentalismos fanáticos que resultam em violência, nos quais o mal é realizado em nome de uma crença religiosa ou da devoção fanática a certos ideais universais. No entanto, na análise de certas violências grupais nem sempre se detecta um cálculo egoísta nem uma identificação ideológica ou religiosa precisa. A sociedade clama por um alívio!
Do ponto de vista onde o grau de desamparo É geral, deve se considerado o homem como único responsável por seu êxito ou seu fracasso e resulta em um país angustiado. É preciso ver além das aparências, se cairmos no discurso da felicidade que resulta do consumo, ficaremos condenados.
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