Médico acusado de dopar e estuprar várias pacientes é condenado a 51 anos de prisão - Rede Gazeta de Comunicação

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Médico acusado de dopar e estuprar várias pacientes é condenado a 51 anos de prisão

VINÍCIOS SANTOS

A Polícia Civil cumpriu, na quarta-feira (10), um mandado de prisão contra o médico dermatologista – acusado de dopar e estuprar várias pacientes em Montes Claros. Segundo explicado, em entrevista coletiva realizada na 11ª Região Integrada de Segurança Pública, na manhã dessa quinta-feira (11), o médico estava em seu consultório no momento da prisão e permaneceu tranquilo. A Justiça o condenou, em primeira instância, a 51 anos de prisão.

O juiz Bruno Sena Carmona, atendendo um pedido do Ministério Público, determinou a prisão preventiva do médico. O processo segue em segredo de Justiça. Os advogados de defesa alegam que “o médico é inocente e a prisão foi arbitrária”.

O CASO | Segundo explicou a delegada Karine Maia,  responsável pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Montes Claros, as investigações da Polícia Civil começaram no ano de 2016, após uma paciente, que foi atendida pelo médico, acordar no dia seguinte sentindo certo incomodo no órgão genital. Ela procurou por ajuda, e o abuso foi confirmado por exame de corpo de delito.

Depois do primeiro caso, outras mulheres também denunciaram o dermatologista, entre elas, a prima da primeira vítima, uma jovem de 23 anos, que havia sido dopada durante um procedimento a laser com o mesmo homem. Ela também passou por exames, que confirmaram o estupro.

“Fizemos o levantamento de 16 vítimas, mas o indiciamento foi por nove. Alguns casos prescreveram e algumas vítimas não quiseram representar”, explica a delegada Karine Maia.  Nesta condenação em primeira instância, ele é acusado de seis estupros de vulneráveis – por sedar as vítimas com forte medicamento, em seu consultório, para cometer os crimes; e também é acusado de cometer outros três estupros mediante fraude. Ele alegava para as vitimas que as mesmas precisariam passar por procedimentos íntimos e muitas vezes constrangedores, justificando fazer parte da sua consulta, no entanto, tratava-se de situações desnecessárias para o tratamento procurado pelas vítimas e, segundo a delegada Karine Maia, “com o único intuito de satisfazer seu desejo sexual”. Algumas das vítimas nunca haviam tido relações sexuais e houve o rompimento do hímem.

A delegada Karine Maia conta que: “em um dos casos, ele teria alegado para a vítima que os exames laboratoriais dela estavam alterados e que precisava olhar o clitóris para ver se estava aumentado. Ele colocou a menina em posição ginecológica e começou a manipular o clitóris dela, supostamente, porque isso seria importante para o atendimento dele”.

Também foi investigado se a esposa do médico teria envolvimento com os crimes, uma vez que ela trabalhava como secretária do consultório. Porém, a tese de “cumplice” foi descartada, uma vez que em todos os casos o médico teria ficado só, com as vítimas, no interior do consultório, quando os abusos ocorriam.

Além das acusações citadas, também foi encontrada, na posse do dermatologista, grande quantidade de fotos de pacientes em posições íntimas, nuas.

A PC esclarece que à época, em junho de 2016, o médico teve a prisão preventiva decretada, mas foi solto no mesmo mês e passou a responder ao processo em liberdade. Agora, condenado em primeira instância, ele segue preso, mas pode recorrer da decisão.