JOYCE ALMEIDA
Ser mãe já é naturalmente um desafio muito grande. São muitas preocupações que permeiam esse universo, desde a descoberta da gravidez até a criação do filho. Quando se é mãe de gêmeos, essas questões se duplicam, e a mulher que vive essa experiência com certeza precisa ser muito forte – além de possuir uma forte rede de apoio, principalmente familiar.
Geovanna Moreira, de 21 anos, se tornou mãe do Gael e do Guilherme no ano passado, e conta como foi difícil descobrir a gravidez durante a pandemia. “Assim que terminei o colégio e estava com tudo pronto pra ir cursar medicina, na Argentina, em 2019, mas infelizmente minha avó faleceu e isso me desmotivou muito. Um tempo depois conheci uma pessoa, a qual mudou meu destino, e, com três meses juntos, engravidei e descobrimos juntos. Como não queria ter filhos, foi um choque para mim ver o resultado do teste positivo. Fomos na mesma hora contar pra minha mãe e ela ficou paralisada. Passando um mês da descoberta, terminamos o relacionamento”, começa a jovem.
A mamãe conta que, com 13 semanas de gestação, realizou o primeiro ultrassom e ficou muito assustada quando descobriu que eram gêmeos; ainda segundo ela, foi uma fase muito difícil. “Eu não sabia o que me esperava e, como foi no meio da pandemia, tinha que ir sozinha nos médicos. Fiquei desesperada e veio o sentimento de não dar conta. Quando disse para minha mãe que eram gêmeos, ela comemorou muito e sempre esteve ao meu lado. Chegamos em casa ainda sem acreditar, e fiquei nesse estado de choque por um mês, não conseguia nem sair de casa. Até que fui aceitando e preparando meu psicológico, porque eu sabia que os meus filhos precisavam de mim bem”, desabafa Geovanna.
Ela continua explicando que sua gestação era considerada de risco e que, com 34 semanas, realizou um ultrassom o qual indicou que teria de fazer um parto de emergência. “Quando fui fazer um ultrassom de rotina, tive a notícia de que um dos bebês, o Gael, estava em situação transversa e em sofrimento fetal. Fomos encaminhados para maternidade, para fazer uma cesárea com urgência, e tentar salvar os dois. Eu estava bem calma, mas eles estavam muito agitados na barriga, acho que eles poderiam nascer até de parto normal naquele mesmo dia”, conta.
Geovanna conta que teve alta um tempo depois, mas que teve que levar os filhos regularmente ao médico para o acompanhamento da saúde dos pequenos, que estava bem frágil. “Em casa também tivemos muitos desafios, minha mãe é faxineira e ficou sem trabalhar para me ajudar a cuidar deles, passamos várias noites em claro, Guilherme e Gael tinham bastante dificuldade para dormir”.
Para ela, todos os dias é um novo desafio. “Nós passamos por muita dificuldade financeira, pois as crianças não recebem pensão e eu não trabalho, sendo assim, não possuo nenhuma renda, e a minha mãe só trabalha de faxina a cada 15 dias. Temos ajuda da igreja, com cesta básica e fralda, uma vez por mês e Deus sempre manda anjos para nos ajudar, assim como ele nos mandou os gêmeos”.
“Hoje eles têm nove meses e estão engatinhando, comendo de tudo, mamando muito, estão dormindo a noite inteira, são saudáveis e espoletas. É muito gratificante ver a evolução deles e fazer parte desse crescimento. Confesso que em relação a ser mãe solo, no começo foi muito triste e difícil de aceitar, muitos julgamentos (até hoje inclusive), mas isso nós tiramos de letra. A vovó sempre está muito presente, não falta amor para esses meninos, não falta carinho, não falta e nunca faltará, se Deus quiser”. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)
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