Aproximadamente 50 mil pessoas ficaram sem água no Natal, em Montes Claros, em situação controversa, pois os temporais que ocorreram na cidade inundaram várias casas, mas com água impropria para o consumo humano, que serviam para descargas nos banheiros. De acordo com a Copasa, o motivo foi uma falta de energia elétrica na captação da Lapa Grande e na ETA Verde Grande, ocorrida na madrugada, além do rompimento da adutora do sistema Pacuí proveniente das chuvas dos últimos dias. A estatal informou que a energia elétrica já foi normalizada no dia 24 e os técnicos estiveram no local para realizar os serviços necessários e restabelecer o abastecimento. Para amenizar os impactos, o abastecimento em locais prioritários como hospitais, unidades de saúde e delegacias será realizado por meio de caminhão-pipa. Ainda segundo a Copasa, a previsão é que o fornecimento de água seja normalizado, gradativamente, no decorrer da madrugada de sábado. A manutenção estava prevista para ser concluída durante a noite de ontem.
A Agência Regularidade de Saneamento de Minas Gerais (Arsae-MG) avaliou 249 municípios e registra mais de 4.000 inconsistências nos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em 2021. As análises realizadas por meio do Projeto “Mais Água & Esgoto” possibilitaram à Arsae-MG estar presente pela primeira vez em todos os municípios regulados. O projeto analisou mais de 4.000 constatações relacionadas aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, como qualidade da água, paralisações no abastecimento, solicitações, reclamações, contratos, dentre outras. Desde o lançamento do Projeto, em 2018, já foram avaliados 393 municípios e registradas mais de 7.000 constatações.
O Projeto tem como objetivo monitorar e avaliar informações dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário de forma remota, por meio de informações que prestadores de serviços regulados enviam periodicamente para a Arsae-MG. O Mais Água e Esgoto é desenvolvido pela equipe da Gerência de Informações Operacionais (GIO). As constatações são enviadas para os respectivos prestadores para correções e esclarecimentos. O prestador tem em média de duas a três semanas para responder os questionamentos e enviar para a Agência. De acordo com a equipe da GIO, nos casos em que há ausência de informação, o prestador deve enviar as informações faltantes.
Quando há inconsistência nos dados, solicita-se a correção das informações e o envio das informações corretas. Por fim, quando há mau desempenho na prestação do serviço, o prestador deve encaminhar o motivo do desempenho insatisfatório e apresentar as ações que serão realizadas para solucionar o problema. Finalizados os processos na GIO, eles seguem para Gerência de Fiscalização Operacional e podem se tornar processos fiscalizatórios, principalmente diante de pontos não solucionados via Projeto Mais Água e Esgoto.
Na avaliação de Montes Claros, com base em dados de 2020, o total de constatações foram 79, sendo 28 ausência de informação: 13 Inconsistência: 38 Mau desempenho. São 22 informações operacionais do serviço de abastecimento de água, 29 informações resumidas de controle da qualidade da água, um paralisação no abastecimento de água: sete informações operacionais do serviço de esgotamento sanitário, duas Informações resumidas de monitoramento do tratamento de esgoto: uma informação de by-pass de esgoto, cinco solicitações e reclamações, oito ordens de serviços e quatro Informações de contratos:
A Arsae aponta que a “utilização da capacidade hidráulica do tratamento de água”, na sede do município, não tem sido calculada de maneira correta. Esse indicador corresponde ao percentual utilizado da capacidade nominal das estações de tratamento de água, independentemente da localização, que atendem à localidade no mês de referência. Ou seja, ele é calculado pela razão entre o somatório das vazões médias de operação e o somatório das vazões nominais de projeto das estações. A ARSAE questiona os cálculos serão ajustados e disponibilizados. (GA)
