Vigilância laboratorial: Norte de Minas manifesta interesse em projeto de saúde - Rede Gazeta de Comunicação

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Vigilância laboratorial: Norte de Minas manifesta interesse em projeto de saúde

GIRLENO ALENCAR

A microrregião de saúde de Montes Claros está interessada em se tornar Centros Colaboradores da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais para a descentralização de serviços da vigilância laboratorial. Atuará na investigação das arboviroses: dengue, Zika, Chikungunya, Febre Amarela, Febre do Nilo Ocidental, Febre do Mayaro e infecção pelo vírus Oropouche. Também atuarão na investigação de síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave associada ao coronavírus, Influenza e outros vírus respiratórios; doenças febris, entre elas, febre maculosa; meningoencefalite viral; viroses emergentes ou reemergentes (hantavirose, Poxvírus) e outros patógenos que venham a emergir em Minas Gerais.

Em reunião da Comissão Intergestora Bipartite do Sistema Único de Saúde – (CIB-SUS), realizada em Januária, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros formalizou a intenção em aderir à Resolução 7.797, publicada dia 21 de outubro pela SES-MG. Os Centros Colaboradores são unidades laboratoriais especializadas que não integram o organograma da Secretaria de Estado da Saúde. Eles devem estar inseridos em secretarias municipais de saúde, universidades estaduais ou federais; centros de pesquisa ou em entidades filantrópicas. Devem apresentar instalações físicas, equipamentos, protocolos técnicos e profissionais aptos para desenvolver atividades relacionadas à vigilância laboratorial em amostras biológicas.

A coordenadora de vigilância em saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, entende que a decisão da SES-MG de descentralizar a vigilância laboratorial dará mais agilidade na investigação de surtos de doenças que venham a ocorrer no Estado. “Com investigação laboratorial mais ágil, os gestores e profissionais de saúde terão condições de tomar decisões mais rápidas e eficazes para conter problemas que venham a ocorrer num estado que possui grande extensão territorial, com 853 municípios”, ressalta a coordenadora.

Para viabilizar a descentralização da vigilância laboratorial a SES-MG está disponibilizando R$ 52,3 milhões para que as instituições sediadas no Estado, por meio da técnica de biologia molecular, possam atuar na investigação de doenças de notificação compulsória. Para o Norte de Minas estão sendo disponibilizados mais de R$ 3,5 milhões. Entre os critérios definidos pela SES-MG para a seleção dos municípios sede de microrregiões de saúde contempladas com o incentivo para fomentar a vigilância laboratorial estão: possuir em seu território um centro colaborador que atenda as competências necessárias para a execução do trabalho; e o município sede apresentar um maior quantitativo de população residente.

No caso específico do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais o trabalho como centro colaborador será implementado no laboratório de biologia molecular sediado no campus de Salinas. Profissionais do Instituto vão atender demandas de 15 municípios das microrregiões de Salinas e Taiobeiras. Para a execução dos trabalhos o instituto receberá R$ 512,1 mil. Já a Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros pretende inserir o laboratório da Policlínica do Alto São João como Centro Colaborador da SES-MG, atendendo demandas dos municípios de Claro dos Poções, Glaucilândia, Itacambira, Juramento e Mirabela. Para a execução dos trabalhos a previsão é de que o município receba R$ 1,1 milhão.

A partir da intenção de habilitarem laboratórios para se tornarem Centros Colaboradores, a SES-MG fará inspeção nas unidades indicadas pelos gestores. O credenciamento será efetivado se os laboratórios tiverem instalações, equipamentos e profissionais habilitados para a realização dos serviços. Os centros colaboradores da SES-MG deverão garantir a qualidade dos exames realizados e se submeterem à supervisão técnica do Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais – (Lacen-MG). Deverão possuir laboratório de contenção mínima de nível de biossegurança e comprovar a existência de responsável técnico com experiência de, no mínimo, um ano em biologia molecular.

Os centros colaboradores também deverão utilizar os protocolos analíticos referenciados pelo Lacen-MG, Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde ou Centro de Controle e Prevenção de Doenças, para fins de padronização dos processos de trabalho no âmbito da rede. A vigilância em saúde estadual atuará na coordenação das ações da rede de vigilância laboratorial, por meio da Coordenação Estadual de Laboratórios e Pesquisa em Vigilância e das coordenações de vigilância em saúde existentes nas 28 superintendências e gerências regionais de saúde existentes no Estado.