GIRLENO ALENCAR
O deputado Zé Reis, do Podemos, levou a Januária, na sexta-feira (1º), a secretária estadual de Meio Ambiente, Marília Carvalho, quando a levou para conhecer o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, que concorre ao selo Unicef de Patrimônio da Humanidade. A luta terá apoio do Estado. O deputado mostrou à secretária que o Vale do Peruaçu é uma das sete maravilhas do mundo e tem atraído pesquisadores de vários países. Caso consiga o Selo Unicef, isso atrairá mais turistas, preservará o local e ainda gerará empregos e renda. A elaboração do selo está orçada em R$ 1 milhão e por isso, o deputado quer a ajuda de Minas Gerais. Na parte da tarde, o deputado promoveu reunião da secretária Marília Carvalho com os produtores rurais, que foram tranquilizados sobre os seus direitos. A queixa generalizada é a burocratização em conseguir o licenciamento ambiental para as atividades rurais.
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu foi criado em 1999 e tem como principal objetivo proteger este valioso patrimônio geológico e arqueológico. Com uma área de 56.448,32 hectares, está localizado a aproximadamente 45 km do município de Januária e 15 km de Itacarambi, na região norte de Minas Gerais. Com acessos fáceis, estradas pavimentadas e em boas condições é possível chegar até a sua sede. Abrigam mais de 140 cavernas, mais de 80 sítios arqueológicos e pinturas rupestres, além da tribo indígena dos Xakriabás. Foi criado em 1999; e está no Vale do Peruaçu, região com evidências humanas que datam há 11 mil anos. Também é deste período, o registro de pinturas nas grutas e cavernas locais.
A origem data de milhões de anos, ainda quando parte do Brasil estava submersa pelas águas de um mar interior e que com a elevação do nível da Terra fez secar esta água. Este processo deixou inteiros grandes maciços de calcário que hoje abrigam milhares de cavernas espalhadas pelo Brasil. O Rio Peruaçu, um dos afluentes do Rio São Francisco, teve seu curso natural fechado por um desses maciços e com o tempo a ação erosiva das águas foi esculpindo o calcário, em busca de uma saída.
A ação do tempo resultou num conjunto de cavernas, muitas ainda virgens, que tem atraído espeleólogos em busca de grutas ainda não catalogadas. A visitação pública deve ser feita com muito cuidado para não danificar os espeleotemas que levaram milhões de anos para se formarem. O parque não está aberto para visitações de turistas, somente para pesquisas mediante autorização do ICMBIO.
Na sexta-feira, o deputado Zé Reis recebeu em Januária o escritor Gonçalo Couto, na Secretaria Municipal de Educação, que o entregou o livro “Quando a Rosa era de Guimarães”, livro de cunho poético que faz uma visitação a aspectos regionais do munícipio de Januária, tendo por características os valores da cultura, as belezas naturais, as construções arquitetônicas e homenagens prestadas à algumas pessoas que carregam em muito de suas vidas uma identidade com tais formas, bem como tendo por ênfase do título o sertão norte mineiro, de maneira universal e que dialoga por vias de expressão poética e sua compreensão com realidades similares encontradas noutros munícipios desta Minas das Gerais que são muitas, como dizia o grande escritor João Guimarães Rosa, dado o motivo de inspiração do livro e o título em trocadilho com seu nome.
O deputado Zé Reis recebeu também em seu escritório em Januária o também escritor barranqueiro Hildeu Andrada, que também o presenteou com uma de suas obras literárias. Hildeu trás uma literatura repleta das verdades do sertão, apresentando em algumas de suas obras um paralelo da Princesa de outrora com a Princesa atual. Zé Reis tem fascínio pela arte barranqueira e principalmente pela literatura regional que teve acesso desde quando foi aluno do Colégio Caio Martins. Ele é leitor assíduo das mais diversas literaturas regionais e traz no coração orgulho deste ‘Sertão Gerais’ tão rico em cultura e saberes diversos.
