Pegada Ambiental aborda importância da preservação das áreas verdes - Rede Gazeta de Comunicação
Pegada Ambiental aborda importância da preservação das áreas verdes

GIRLENO ALENCAR

Nos últimos dias 21 e 22 de setembro, aconteceu em Montes Claros, no formato online, o Talk Pegada Ambiental: importância ambiental das áreas verdes urbanas, em que se evidenciou o conhecimento técnico-científico da defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado e a função das árvores enquanto tecnologia viva de controle de temperaturas, purificação do ar e redução dos efeitos do aquecimento local e global. Durante os dois dias, foram expostos, de modo transdisciplinar e transversal, instrumentos para mitigação dos impactos ambientais gerados pela ação antrópica de degradação, e, para isso, o urgente chamamento à responsabilidade compartilhada pela ampliação da disponibilidade de áreas verdes urbanas para usufruto consciente de toda a comunidade.

Idealizado pelo engenheiro ambiental Pedro Bicalho Maia, o evento consagrou-se como tradição na cidade de Montes Claros, e, neste ano, contou com organização científica coordenada pela professora Lara Gabrich, do curso de Direito da UNIFIPMoc, mestre em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, e apoio da Liga Acadêmica de Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável – LADA/UNIFIPMoc, através do engajamento de todos os ligantes.

O evento foi aberto oficialmente pela coordenadora do curso de Direito da UNIFIPMoc, professora Cynara Silde Mesquita Veloso e Pedro Bicalho, e, em seu primeiro dia, sob mediação de Lara Gabrich, contou com a participação da socióloga e professora Alíria Noronha, Doutora em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, falando sobre  a felicidade que vem das árvores, como um meio de nos reconectarmos a essência da natureza e resgatarmos o pertencimento da vida que vem do natural, contagiando com leveza os expectadores.

Na sequência, a gerente do Parque Estadual da Lapa Grande, a bióloga Aneliza Miranda Melo, mestre em Biologia Vegetal, expôs os ganhos ambientais proporcionados pela unidade de conservação e as imagens de um rico patrimônio natural de fauna, flora e arqueológico e encantando a todos. Fechando as exposições da noite, o professor e engenheiro florestal Virgílio Viana abordou a importância ambiental das praças, parques e áreas de proteção ambiental, evidenciando os ganhos naturais, sociais e econômicos dessas áreas e a efetivação da sustentabilidade, com uma precisão científica que impressionou os participantes.

O segundo dia de evento, sob mediação de Maria de Fátima Procópio, diretora executiva do Instituto Grande Sertão e diretora técnico-científica da brigada 1 de combate voluntário a incêndios florestais, foi aberto com a participação secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimentos Sustentável e ambientalista Sóter Magno, que mostrou os casos reais e experiências de sucesso em Montes Claros com os projetos de criação de espaços verdes urbanos em Montes Claros.

Em seguida, o engenheiro florestal Rafael Chaves, analista ambiental do Ibama e coordenador estadual do Prevfogo/MG, abordou sobre a influência dos incêndios florestais na qualidade de vida das pessoas, demonstrando as perdas ambientais e os impactos decorrentes do aquecimento e da prática incendiária, ressaltando o trabalho dos brigadistas e seus desafios, despertando inquietações em momento de sensibilização.

Na sequência, a arquiteta e urbanista Mestre Mariana Fernandes Teixeira, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFIPMoc, traçou uma relação sensível entre a cidade e natureza sob a ótica da arquitetura, ilustrando espaços públicos transformados pelo verde, mas não apenas considerando o ganho natural, mas, mais, ainda, a ocupação de espaços vazios, a inclusão social e o resgate do sujeito contextualizado, deixando a mensagem de que não é somente sobre árvores, o que despertou o público à urgente necessidade de repensar o uso dos espaços. O evento foi encerrado com um chamado para o exercício da cidadania ambiental, a partir da exposição da professora e advogada Lara Gabrich, que trouxe reflexões sobre a participação popular na defesa do meio ambiente, apontando para que uma das saídas para o enfrentamento da crise ambiental deve se dar pela efetiva participação popular nas tomadas de decisão nas ações e nos processos ambientais, propondo que a defesa jurídica do meio ambiente, inclusive para a criação e gestão de parques ambientais, abandone o modelo de regulação e absorva um modelo de governança, marcado pela participação, consensualidade, efetivando a democracia.

Durante os dois dias, centenas de participantes envolveram-se com perguntas, apontamentos, reflexões, e sugestões de ações e de muita pesquisa sobre o que fazer e como fazer, o que, para a comissão organizadora, foi a resposta de que a missão foi cumprida e os resultados esperados foram vistos. Agora, como ação efetiva, tem-se o desafio da realização do maior plantio coletivo de mudas na cidade, que acontecerá assim que as primeiras chuvas da temporada caírem, com os mais de 3.000 exemplares nativos do cerrado doados pelas empresas e indústrias apoiadoras.

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