Jornalista norte-mineiro é contemplado com o prêmio BNB de jornalismo - Rede Gazeta de Comunicação
Jornalista norte-mineiro é contemplado com o prêmio BNB de jornalismo

Foi realizada na tarde de ontem (15), a entrega do Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo em Desenvolvimento Regional/edição 2020 na categoria Nacional de Mídia Impressa, que teve como vencedor o repórter Luiz Ribeiro, de Montes Claros. A solenidade de entrega ocorreu, na sede da Superintendência Estadual do Norte de Minas Gerais e Espírito Santo em Montes Claros, obedecendo as normas de distanciamento social por causa das medidas contra a transmissão do coronavírus. A premiação foi entregue pelo superintendente do BNB para o Norte de Minas e Espírito Santo, Wesley Maciel.

Ribeiro venceu o concurso com a série de reportagens “Conservação e uso racional da água: sustentabilidade e renda no semiárido”. As reportagens foram publicadas de 23 de dezembro de 2019 a 29 de dezembro de 2020. Ao todo, no Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo em Desenvolvimento Regional/edição 2020 foram premiados 18 trabalhos jornalísticos, distribuídos nas categorias nacional (rádio, impresso, audiovisual, internet), extrarregional e universitário, além de prêmios regionais, contemplando produções dos nove estados do Nordeste, de Minas Gerais e do Espírito Santo, que integram a área de atuação do BNB.

Na categoria estadual de Minas Gerais, a vencedora foi a Rede Minas, com a reportagem “Benjamim Guimarães: histórias do último vapor do mundo”, de autoria de Laura Zschaber, Ana Paula Gomes, Naiara Guimarães, Aline Scaproni e Bruna Cevidanes. A série “Conservação e uso racional da água: sustentabilidade e renda no semiárido”, publicada ao longo de cinco reportagens, teve como carro-chefe o projeto de construção das barraginhas de captação da água da chuva, que surgiu no sertão mineiro e se expandiu pelo país, com grandes efeitos positivos no semiárido. Com baixo custo, os reservatórios se tornaram instrumento de recuperação ambiental e das fontes hídricas, auxiliando a pequena propriedade rural a se manter e a conviver com a seca. O projeto das barraginhas é coordenado pelo técnico e pesquisador Luciano Cordoval de Barros, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/Sete Lagoas).

Em todo país, já foram construídas mais de 600 mil reservatórios, sendo metade em Minas Gerais. As barraginhas de contenção de água da chuva, fazendo com que a água infiltre no subsolo e recarregue o lençol freático, impedindo a erosão. Assim, tornaram-se um grande instrumento de recuperação ambiental e das fontes hídricas, auxiliando o pequeno produtor a se manter na atividade e a conviver com as estiagens prolongadas. Já foram capacitados mais de 10 mil técnicos, que se tornaram multiplicadores do sistema em diferentes regiões do país, especialmente nas áreas semiáridas.

“O planeta Terra é composto por 70% de água, mas somente 2,5% dessa porção é água doce, com a maior parte situada nos polos, indisponível para o consumo imediato. O Brasil concentra 12% da água doce superficial do mundo. No entanto, não dá para falar em fartura. Pelo contrário, por conta das mudanças climáticas e das diversas formas de degradação ambiental, o recurso é cada vez mais escasso, agravando a crise hídrica”, diz a série de reportagens, que chama atenção para outras iniciativas para a conservação da água.

Uma das ações abordadas é o Projeto Meu Rio, implantado na comunidade rural de Joao Moreira, no município de São João da Ponte, no Norte de Minas.

Foi mostrado o esforço dos pequenos dos agricultores da comunidade para recuperação de nascentes do córrego que dá o nome ao lugar e o desenvolvimento de atividades sustentáveis para garantia da geração de renda e fixação da população no seu local de origem, sem depredar a natureza. A série de reportagens enfatizou a ação inovadora dos agricultores familiares de Catuti (também no Norte do estado) para garantirem a sobrevivência e o sustento diante da adversidade climática. Eles construíram em suas propriedades grandes tanques, com o emprego de um material sintético, a geomembrana, que captam e armazenam a água da chuva para irrigação nos períodos de veranico. Também recorrem à água de captação subterrânea, com irrigação feita por gotejamento.

Além disso, o trabalho jornalístico mostrou como os agricultores dos projetos inovadores de conservação da água inovaram para superar a pandemia da Covid-19 e evitar contaminação pelo vírus. Na comunidade de João Moreira, os pequenos produtores passaram a seguir uma série de protocolos de medidas de segurança, com reuniões ao ar livre e com distanciamento. As mesmas medidas foram adotadas pelos produtores de algodão de Catuti, que adotaram medidas como distanciamento e o uso de máscara. Além disso, implementaram novas tecnologias com o uso de drones para a pulverização dos algodoais. Já o técnico e pesquisador Luciano Cordoval, para dar sequência ao projeto das barraginhas em meio a pandemia, criou um modelo de interatividade com os agricultores a distância, por meio de WhatsApp, a “rede do bem”. (GA)

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