Todos de Pé – Do Artigo ao Cinema - Rede Gazeta de Comunicação
Todos de Pé – Do Artigo ao Cinema

Sem previsão de data para o lançamento, o cineasta Spike Lee, premiado com seu primeiro Oscar em 2019, na categoria Melhor Roteiro Adaptado, pelo filme “Infiltrado Na Klan”, já montou equipe de trabalho para sua próxima aventura cinematográfica, e me deixou completamente excitada.

Além de dirigir, Spike também co-escreveu no roteiro em parceria com o ator, diretor e roteirista britânico, Kwame Kwei-Armah. A música ficará a cargo de dois ganhadores do prêmio Tony pelo musical Passing Strange: Mark “Stew” Stewart e Heidi Rodewald. O longa, que ainda não fora intitulado, será um musical dançante e cantante, uma controvérsia na carreira de Lee, declaradamente avesso ao gênero cinematográfico.

A temática já foi definida, e é daí que vem tamanha excitação, pois será baseado no artigo “Todos de Pé”, publicado no ano de 2018, pela revista Esquire. O artigo aborda a história dos dois jovens descobridores do Viagra, e as dificuldades enfrentadas para vendê-lo na sociedade, no final da década de 1990. E para quem pensa que existe vida fácil, a superprodução vai provar que, antes de todo grandioso sucesso, há uma história de lutas e superações. Antes de chegarem ao topo de uma indústria de três bilhões de dólares por ano, a droga teve de superar a resistência de Wall Street, do Capitólio de medicina e da Igreja Católica. Esses rapazes, tiveram o trabalho de convencer as instituições mais poderosas de que todos os homens mereciam ter ereções.

O medicamento da farmacêutica Pfizer Inc, que originalmente foi desenvolvido como um potencial tratamento para dores torácicas relacionadas a problemas cardíacos, já salvou muitos corações desejosos para obter e outros para aumentar cada vez mais o prazer em suas relações sexuais. Eu mesma já consumi o produto e amei a experiência. Dizem que o remédio não faz efeito em mulheres, mas isso é uma bobagem tremenda. Guardadas as devidas proporções, o vaso dilatador também é útil e serve de incentivo à sexualidade feminina, principalmente se consumido em comunhão com o parceiro.

Para muitos um tabu, para os inteligentes o meio que os trouxe a essa experiência de vida. Não vejo a hora de poder cantar, dançar e dar pulos de alegria com todo o elenco na tela formando um só coro. Afinal, a obra será resultado da soma de todas as artes tratando do melhor assunto do mundo.

ISABEL LÔPO

Historiadora, atriz, cronista e acadêmica de jornalismo

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