Conselho determina atendimento aos indígenas Waraos em Montes Claros - Rede Gazeta de Comunicação

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Conselho determina atendimento aos indígenas Waraos em Montes Claros

GIRLENO ALENCAR

O Conselho Municipal de Assistência Social de Montes Claros deliberou na sua reunião ordinária realizada terça-feira que a Prefeitura de Montes Claros assegure moradia e alimentação aos 80 indígenas Warao, da Venezuela e que estão em Montes Claros desde o ano passado. Ficou decidido que será expedido um ofício ao prefeito Humberto Souto e ao secretário municipal de Desenvolvimento Social, Aurindo Ribeiro, com a deliberação. O presidente do CMAS, Josmar Xavier explica que o órgão é a instância legal para decidir qualquer assunto da área e por isso, o que foi deliberado tem de ser cumprido. Também foi deliberado que os indígenas Warao não poderão levar as suas crianças para as ruas da cidade, para pedir a ajuda da população. O pastor Josmar Xavier explica que do mesmo jeito que o Conselho Municipal lutará pelos direitos, também cobrará os deveres.

No ano passado, a Prefeitura de Montes Claros se recusou a garantir a assistência aos indígenas venezuelanos e até entrou com ação na Justiça Federal para que o atendimento seja compartilhado pelo Estado e União. Na manhã de ontem, a assessoria da Prefeitura Municipal explicou que a situação dos indígenas venezuelanos está sub-judice, aguardando o posicionamento da Justiça Federal. No dia 29 de março o presidente do CMAS, Josmar Xavier e a conselheira Sônia Gomes estiveram na casa alugada pela Arquidiocese de Montes Claros e onde estão os venezuelanos. No local são 80 pessoas, sendo 60 adultos e 20 crianças. O presidente explica que cabe ao Poder Público assegurar a moradia com água e luz, além da alimentação aos indígenas, pois não é justo jogar a responsabilidade para cima da sociedade e da arquidiocese.

A situação dos venezuelanos em Montes Claros tem gerado polemica. Quando chegaram a Montes Claros, foram instalados em casa no bairro Major Prates, mas os vizinhos ficaram incomodados com as presenças deles e fizeram campanha para saírem do local. A Arquidiocese de Montes Claros alugou uma casa no bairro Cintra, por três meses, até sair a decisão judicial. Porém alguns moradores do bairro não concordam com a presença dele. A Prefeitura de Montes Claros sugeriu que eles fossem instalados na Fazendinha do Menor, que é terra da União. Também entrou com ação judicial, para o caso ser compartilhado com o Estado e União. A decisão judicial ainda não saiu.